sábado, 30 de janeiro de 2010

Conquista de um sonho!

O dia 28 de dezembro de 2009 está marcado pela realização de um sonho!Foram muitas lutas, avanços e alguns retrocessos, mas eis a conquista! A Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Vieira da Cunha situada no 5º distrito do município de Piratini adquiriu uma hectare de campo para as realizações de atividades pedagógicas. A estrutura física da escola já não estava comportando o número de aluno, uma vez que, o espaço físico da escola se reduzia ao prédio e ao ginásio da instituição. “Estamos em uma escola rural com características de uma escola urbana”, relatou a diretora Carmem Luci Godinho. O empenho desta realização contou com a participação da comunidade, professores, ciclo de pais e mestres (CPM) e conselho escolar.

Feira de Ciências

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Blogs sobre Informática na Educação

http://informaticaeeducacaoblog.blogspot.com/
http://internetnaeducacao.blogspot.com/

Tecnologia Assistiva como instrumento de acessibilidade e inclusão

O conceito de Tecnologia Assistiva (TA)
vem sendo revisado nos últimos anos, devido
à abrangência e importância desta área
para a garantia da inclusão da pessoa com
deficiência.
O Comitê de Ajudas Técnicas da
Coordenadoria Nacional para Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência (Corde) deliberou
que:
A abrangência do conceito garante que
TA não se restringe somente a recursos em
sala de aula, mas estende-se a todos os
ambientes da escola, propiciando o acesso
e a participação efetiva de todos os alunos
e durante todo o tempo.
O professor e toda equipe da escola têm
responsabilidade com a construção de um
ambiente acessível e inclusivo, eliminando as barreiras
arquitetônicas e atitudinais.
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de
característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos,
metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e
participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou
mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência,
qualidade de vida e inclusão social. (Comitê de Ajudas
Técnicas, Corde/SEDH/PR, 2007).
Disponível em http://www.itsbrasil.org.br/pages/23/TecnoAssistiva.pdf

Avanços Tecnológicos na Educação Especial

XX Congresso Nacional da APAEs
Autor – Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade

Resumo:
As Tecnologias da Informação e da Comunicação são indiscutivelmente hoje um tema urgente e palpitante para todos os cidadãos brasileiros. Mais ainda se torna uma questão de possibilidades e novos caminhos para a Educação, e, dentro desta, uma crescente e necessária utilização de suas ferramentas no processo educacional de pessoas com deficiências.
Apresento minhas perplexidades e dúvidas, além de minha reconhecida apologia do uso e aplicação de novas tecnologias da comunicação e da informação no campo da Educação Especial, principalmente no meu desejo de transformação da Exclusão Social e Digital a que todos os cidadãos estão ainda submetidos em nosso País.
Há que difundir o seu uso ético e científico, bem como sua socialização ampliada, desmitificando o uso de ferramentas sofisticadas e caras, buscando soluções que possibilitem a sua efetiva implementação nos diversos e diferentes contextos das escolas brasileiras.
Acredito e tento fazer crer que, no processo transformador, chamado de inclusivo, do acesso às informações e ao conhecimento através do uso de computadores e de suas redes de comunicação, há uma urgente necessidade de sua democratização de acesso e uso, correndo-se o risco de acentuar e não remover as divisões e barreiras entre os que podem e os que não podem usufruir destas ferramentas tecnológicas atuais. Temos de combater a info-exclusão e a criação dos sem-computador ou sem-internet, os que estão conectados e os desconectados, os que chateiam e os chateados por não poderem bater papo com o Mundo.
As chamadas inovações e avanços no campo das tecnologias têm surpreendido a humanidade, muitas vezes criando mitos e explorações, porém no campo das deficiências e na vida cotidiana dos deficientes, e em especial dos cidadãos com Paralisias Cerebrais (que chamamos de DEF – Distúrbio de Eficiência Física ), o que estamos assistindo e participando é um processo criativo de produção de novos meios, técnicas e instrumentos que, quando eticamente utilizados, irão favorecer os processos de aprendizagem, profissionalização, autonomia e de inclusão social destes cidadãos.
Palavras-chaves: Novas Tecnologias, Inclusão Social, Universal Design, Educação Especial, Informática aplicada à Educação Especial, Acessibilidade, Inclusão Digital, Exclusão Social, Internet, Tecnologias Assistivas ou Auxiliares, Comunicação Aumentativa e Alternativa ou Suplementar, Era Digital.


Introdução:
A palavra "tecnologia" encontra-se hoje com a mesma difusão de outrora das palavras "democracia e liberdade". O homem chamado moderno não pode se desprender destes significados e significantes tão próximos, embora ainda com uma certa dose de utopia na sua realização. O homem moderno da sua busca de "tempo livre" e de uma outra forma de relação com o social vem tentando inventar "tecnologias". Estas tecnologias tem tido um crescimento que ultrapassa o que o senso comum a denomina, ou seja "as máquinas", e mais simplesmente os "computadores". As novas tecnologias já ultrapassam o campo do visível e das ferramentas, são também meios e métodos de intervenção na vida de todos nós.
Nosso mundo tem as transformado em "anjos ou demônios", buscando no maniqueísmo uma defesa diante de sua irrefreável vontade de crescimento e expansão sem limites. Não creio em modelos tecnofóbicos ou tecnofílicos. As novas tecnologias de transformação da Sociedade da Informação , como diz o acadêmico brasileiro Christiano German, radicado na Alemanha: - " Um dos poucos conhecimentos garantidos no debate multisetorial a respeito do impacto das modernas tecnologias da informação e comunicação sobre a política, a economia e a sociedade, tanto nos países industrializados quanto nos países em desenvolvimento, é que apenas as nações que detêm acesso a essas tecnologias e que sabem captar oportunidades por elas proporcionadas estão preparadas para os desafios do século XXI...."
Estas considerações são um aviso aos navegantes para que não se iludam sobre nossa realidade de Exclusão Social e Digital. Ainda temos um número pequeno de internautas (usuários de Internet) e de distribuição das ferramentas para os passeios e bate-papos cibernéticos (computadores, linhas telefônicas, eletricidade, etc...) para nosso País continental, multifacetado, ainda submetido às agruras de misérias humanas, sociais e políticas, e todas as suas conseqüências. Até mesmo o Governo Federal reconhece que: " a Inclusão Digital é gerar igualdade de oportunidades na Sociedade da Informação: a partir da constatação de que o acesso aos modernos meios de comunicação, especialmente a Internet, geram para o cidadão um diferencial no aprendizado e na capacidade de ascensão financeira e com a percepção de que muitos brasileiros não teriam condições de adquirir equipamentos e serviços para gerar este acesso..." Assim indica o documento enviado para o convite à participação da Oficina para a Inclusão Digital (www.inclusaodigital.org.br), promovida pela Secretaria de Comunicação de Governo da Presidência da República, entre 14 e 16 de maio de 2001, em Brasília, DF.
As tecnologias são, no campo da Educação, de uso muito antigo, muito embora não estejamos reconhecendo um "quadro-negro" como uma ferramenta tecnológica, ou mesmo um pedaço de giz, mas podemos dizer que os homens vem inventando e recriando aparelhos, ferramentas, técnicas e tecnologias instrumentais, mas também vem aperfeiçoando as chamadas tecnologias simbólicas, como a linguagem, a escrita, as representações simbólicas e icônicas, etc..., assim fazendo uso destas tecnologias nos processos de organização do trabalho, das relações humanas e, mais modernamente, das técnicas de mercado. Assim fomos perdendo sua origem grega de geração de arte, seu sentido e sua finalidade, como existira uma "techne" do ensino, uma arte de educar, uma arte com um sentido crítico, onde se perguntava permanentemente para quê ?
No campo da Educação Especial quando falamos de ‘inovações’ estamos apenas apontando o que de ferramentas visíveis estão em uso junto ao educando com necessidades especiais. Não nos apercebemos de todos os outros aparatos tecnológicos em produção permanente e se instituindo na relação professor-aluno. Venho apontando que é nesta relação que os encontros e desencontros principais estarão ocorrendo com a implantação, por exemplo, de computadores nas escolas. Já sugeri a implantação de processos de formação conjunta de professores do ensino regular e especial com os próprios alunos com e sem deficiências, buscando sua aproximação e confronto em ato, trabalhando juntos nas mesmas máquinas, aparatos e ambientes educacionais. Estes estariam na tarefa de serem experimentadores de uma busca de multiplicação com o aprendizado em salas adaptadas, como as que o PROINFO ou PROINESP, estão implantando em todo Brasil. Estes processos implicariam numa entrada para dentro das salas de aula, saindo dos espaços fechados e segregados criados como espaço de experiências destes projetos. Teriam eles ainda um caráter mais público do que privado, indo em busca de seu maior e melhor espaço de germinação: as escolas públicas regulares, do ensino fundamental à universidade. Neste sentido a criação de políticas públicas e de aplicação de recursos maiores neste campo são fundamentais.

Usando Tecnologias para a transposição dos limites:
Meu amigo, Ronaldo Correa Jr., de Recife, autor e autodidata do site Dedos dos Pés, já afirmou: "a Internet é o único espaço em que a minha normalidade é evidente. Lá eu posso ser eu mesmo, independentemente do que meu corpo é capaz de fazer. Ter acesso ao mundo todo pela tela do computador melhorou muitíssimo minha qualidade de vida...". Este homem com Paralisia Cerebral, quadriplegia com espasticidade, se comunica com todos dentro da Internet, digitando com os dedos dos pés, e vem "estudando" diversas matérias, como Economia, tornando-se um dos mais respeitados webmasters com deficiência. Ronaldo não pode concluir o chamado segundo grau, não viram nele, um deficiente físico "grave", sem sua prancha de comunicação de madeira, com o alfabeto escrito como no filme GABY (Um História Verdadeira), que lhe inspirou usar os pés para esta forma alternativa de conexão e linguagem não-verbal, as possibilidades mas sim as suas limitações físicas. Conheça-o acessando seu site em: www.truenet.com.br/ronaldo .
Muitos ainda são os deficientes, como Ronaldo, que espalhados pelo Brasil estão ou foram excluídos da escola (segundo dados publicados na Folha de São Paulo, 1998, seriam mais de 6 milhões de brasileiros e brasileiras), pelo simples fato de que o processo educacional especial ainda engatinha no uso de recursos tecnológicos, do mais simples (como as pranchas de comunicação) aos mais sofisticados (sintetizadores de fala) para estes cidadãos também possam participar do direito à Educação. Nesta perspectiva os educadores, mais ainda os que estão na Educação Especial, vistos aí como multiplicadores, necessitam de um processo de capacitação e formação no uso e difusão destes recursos, com a consciência de que estes educandos com necessidades especiais precisam de um atendimento multiprofissional, que vai dos engenheiros, analistas de sistemas, educadores, fonoaudiólogos, neurocientistas, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, neurologistas, neuropsicólogos, fisiatras e biomecânicos até os familiares da pessoa com deficiência. Lembrando sempre que nem sempre os aparatos mais sofisticados serão a melhor e mais eficiente solução de quaisquer deficiências, mas que seu uso cientificamente avaliado e discutido, coletivamente, poderá modificar a história de vida de um ser humano.
No movimento de mudanças, principalmente nas políticas públicas e nas legislações (como a LDB), imprimindo um novo caminho para a Educação Especial, embora ainda com poucas experiências no campo inclusivo, há um processo lento, porém persistente, de introdução de novas tecnologias nas escolas. Assim como a palavra tecnologia e seu exaustivo uso em todas as mídias, assistimos também uma hiperutilização da palavra INCLUSÃO. Temos uma inevitável e atual mudança de paradigmas, com resistências na mudança de mentalidades, tarefa a ser realizada com participação de todos os segmentos chamados de minorias neste País.
Sabemos que uma ampla utilização de novas tecnologias poderá facilitar o processo de inclusão de crianças e jovens com deficiência, principalmente aqueles considerados mais "difíceis", os deficientes múltiplos, autistas, surdos e com enfermidades graves. Para tanto faz se necessária a demolição e transposição de algumas barreiras e processos invisíveis que favorecem a ignorância, o preconceito, a segregação e o isolamento destes deficientes.
Todos sabemos que estes deficientes têm direito à Educação, para além de discursos oficiais ou institucionais, mas ainda de uma educação que respeite as suas singularidades e particularidades.
Para que tenhamos uma possível inclusão de crianças consideradas "casos difíceis", além de um experiente aprimoramento da capacitação dos professores e das escolas, poderíamos iniciar a difusão de recursos tecnológicos que os profissionais da educação e todo pessoal implicado nesta busca da educação com qualidade podem utilizar. Mencionarei apenas alguns dos mais importantes:
• Computadores (conectados à Internet)
• Sintetizadores de Fala
• Impressoras Braille
• Teclados ampliados e adaptados (com colméias/ protetor de teclado)
• Mouses adaptados ou modificados
• Sinalizadores de tela
• Dicionários de gestos e LIBRAS
• Aplicativos (editores de desenho e de texto ou desenho)
• Telas sensíveis ao toque
• Comutadores ou Switch (ou botões sensíveis ao toque)
• Apontadores de cabeça (capacetes com ponteiros para tela)
• Softwares de comunicação
• LM Brain e IMAGO ANA VOX (programas de auxílio à comunicação de pessoas com deficiência motora grave, criados na UNICAMP e USP)
• DOSVOX (Programa na UFRJ desenvolvido para leitura e edição de textos)
• Virtual Vision (leitor de telas para deficientes visuais)
• Via Voice (programa da IBM que permite controlar e acessar o computador com a voz)
Para que todos estes recursos tecnológicos sejam disponibilizados há que ampliar a sua difusão e conhecimento, para não cairmos em uma possível reserva de mercado, ou numa circulação restrita de seus benefícios. Sugiro uma permanente e intensa troca de informações e de dados entre os criadores e usuários destes recursos, bem como faz-se urgente uma real destinação de recursos financeiros para pesquisas, principalmente nas Universidades públicas, donde poderão surgir outras e magníficas soluções tecnológicas para pessoas com deficiência. Uma das principais fontes de informações sobre estes recursos ainda está restrita a apenas 5% de nossa população mundial, ou seja a INTERNET, onde temos empreendido uma incessante difusão, através do site do DEFNET, Centro de Informática e Informações sobre Paralisias Cerebrais, (www.defnet.org.br), com links para a maior parte dos recursos de informática e acessibilidade na Web, tanto nacionais como internacionais. Neste sentido será de grande valia um processo real de Inclusão Digital dentro das escolas, com entrada ativa dos computadores e do uso da Internet pelos alunos e professores.
Como indaguei em nosso Boletim eletrônico, o InfoAtivo, que vem circulando cada vez mais no ciberespaço: " Inclusão Digital , a hora e a vez do Ciberespaço – Seriam a Internet e o Ciberespaço novas áreas onde a Sociedade da Informação estariam propiciando uma maior transversalidade, conectividade e hipertextualidade, como um passo em direção às chamadas Tecnologias da Inteligência, indo além das ecologias humanas na direção das ecologias cognitivas? Ou na direção de criação de uma nova condição de cidadãos: os info-excluídos, os sem-computador, os sem-net ? " (maio-junho de 2001).
Segundo o Livro Verde da Sociedade da Informação (www.socinfo.org.br), um iniciativa governamental de produzir um documento para nortear o futuro do uso e implantação de tecnologias digitais no Brasil, há algumas possíveis ações governamentais a realizar:
• Aumentar drasticamente o número de pessoas com acesso direto e indireto à Internet no Brasil (atingir a meta de 36 milhões no ano 2003)
• Popularizar o acesso à Internet em todo País (disponibilizando pontos de acesso – quiosques em cidades com mais de 50 mil habitantes)
• Produzir e disponibilizar hardware e software de baixo custo
• Promover a implantação de serviços de acesso público (em 2000 bibliotecas públicas e em 5500 centros comunitários)
• Finalmente oferecer mecanismos de aprendizagem em informática e treinamento no uso da Internet em larga escala.
Teremos portanto uma possibilidade enorme de sustentação de um plano nacional de universalização do acesso à Internet, com participação ativa da sociedade organizada e das instituições implicadas com a responsabilidade social no novo milênio. Porém todos estes esforços precisam ser acompanhados de algumas normatizações sobre o que se chama hoje de "acessibilidade na Web", que tem em alguns países (Portugal e Espanha, por exemplo) ajudado e facilitado o uso da Internet por pessoas com deficiência, já que os sites são previamente construídos e desenhados para permitir e facilitar o acesso por qualquer tipo ou condição de usuário. Cabe aí a busca do conceito de UNIVERSAL DESIGN, onde teremos a busca, quase filosófica, de um ideal de pensar e refletir todas as mídias, meios e tecnologias no respeito à diversidade humana, buscando um uso coletivo e universalizante de todos os recursos para acesso à informação e o conhecimento. Segundo Lévy: "a inteligência coletiva só tem início com a cultura e cresce com ela... Num coletivo inteligente, a comunidade assume como objetivo a negociação permanente da ordem estabelecida, de sua linguagem, do papel de cada um, o discernimento e a definição de seus objetos, a reinterpretação de sua memória...." . Nestes coletivos da modernidade virtual, a exemplo dos fóruns de discussão e dos chats (bate-papos eletrônicos), via Internet, os sujeitos passarão a uma busca incansável de não discriminação e não criação de castas ou guetos, enfim estariam caminhando juntos na busca da Sociedade Inclusiva.
Temos pois, impreterivelmente, que pensar o lugar da Escola diante das inovações tecnológicas, abolindo as tecnofobias e tecnofilias, acreditando que estaremos combatendo o mais importante dos analfabetismo atuais: o analfabetismo digital, pois como diz Pretto: "a superação do analfabetismo da língua é um desafio para muitos países como o Brasil e, no entanto, um novo desafio já se coloca , sem a possibilidade de se esperar a solução do primeiro. A superação desse analfabetismo das imagens, da comunicação e da informação e a incorporação dessa nova razão não se darão única e exclusivamente por intermédio da Escola, mas seu papel pode ser significativo se forem desenvolvidas políticas educacionais que a valorizem, transformando-a no espaço para a formação do novo ser humano".
Mas além da vontade política de realizar a valorização da Escola e dos Educadores, tarefa urgente de todos os governos e governantes, temos de provocar uma reflexão sobre o uso indiscriminado e sem preceitos científicos de recursos tecnológicos, principalmente quando se tratar de pessoas com deficiências. As experiências com ensino usando tecnologia de ponta, computadores e softwares educacionais, mesmo nos países ditos mais desenvolvidos, demonstram, por exemplo, que o acesso dos alunos aos computadores nas escolas norte-americanas , segundo o Projeto ACOT (Apple Classrooms of Tomorrow), varia muito de acordo com classe social, raça e língua materna, lá os brancos tem mais privilégios digitais que os negros ou não-brancos, o que reforça a preocupação com a possibilidade da Internet e os recursos da Informática aplicada à Educação continuar avançando para um novo "apartheid" digital. Nesta segregação teríamos mais uma vez incluídos na exclusão os deficientes e as pessoas com necessidades especiais, principalmente se forem pobres, periféricos, populares e marginalizados, o nos levaria para a parcela dos 98% dos deficientes sem nenhuma forma de atendimento escolar ou outro no Brasil, pertencentes aos 10 % da população geral, no mínimo mais de 10 milhões de cidadãos.
Espero e desejo que o processo de universalização dos recursos tecnológicos busca a máxima ampliação dos seus beneficiados, que se incluam aí os deficientes com maior comprometimento motor, cognitivo ou os com deficits sensoriais ou verbais, enfatizando que além estarem "dentro" das escolas regulares, recebendo o básico processo de alfabetização na língua, estejam sendo respeitados em seus Direitos Humanos fundamentais, incluindo-se aí o direito à informação atualizada sobre os avanços da tecnologia e dos serviços, principalmente públicos, disponíveis para pessoas com deficiências, suas famílias e os profissionais que trabalham neste campo e o público em geral. PELO ACESSO IRRESTRITO E UNIVERSAL A TODAS AS TECNOLOGIAS QUE POSSAM LIBERTAR O ESPÍRITO E CORAÇÃO DOS HOMENS !

Bibliografia:
Andrade, Jorge Márcio P. de - Educação em Bytes (O Uso de Informática em Educação Especial) – Rio de Janeiro – Editora Casa da Ciência da UFRJ – 1997.
Andrade, Jorge Márcio P. de - A Internet como Processo de Inclusão Social de Pessoas com Deficiência – in Tecnologia em (Re) Habilitação Cognitiva (uma perspectiva multidisciplinar) – Capovilla et allii (org.) – I Congresso Brasileiro de Tecnologia e (Re) Habilitação Cognitiva - São Paulo – EDUNISC – 1998.
Bautista, Rafael (coordenação) – Necessidades Educativas Especiais – Dinalivro – Lisboa – Portugal – 1997.
Dwyer, David, Ringstaff, Cathy, Sandholtz, Judith H. – Ensinando com Tecnologia (Criando Salas de Aula Centradas nos Alunos) – Artes Médicas – Porto Alegre – RS – 1997.
German, Christiano - "On-line/Off-line – Informação e Democracia na Sociedade de Informação" – in Informação & Democracia – Ed. UERJ – Rio de Janeiro – RJ – 2000.
Litwin, Edith (organizadora) – Tecnologia Educacional (política, histórias e propostas) – Ed. Artes Médicas – Porto Alegre – RS - 1997
Pretto, Nelson de Luca – Uma Escola Com/Sem Futuro (Educação e Multimídia)-Papirus Editora – Campinas – SP - 1996
Sancho, Juana M. (organizadora) – Para uma Tecnologia Educacional – Ed. Artes Médicas – Porto Alegre – RS - 1998.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Educação Inclusiva

Mari Regina C. Rocha

A inclusão e exclusão são invenções do nosso tempo. Invenções completamente dependentes e necessárias uma para com a outra (LOPES, 2007, p.11). Quando nos referimos a inclusão/exclusão, facilmente nos vem à mente uma idéia de espaço: de estar dentro ou fora; de estar de um lado ou outro de uma suposta fronteira.
Estabelecer os limites destas fronteiras é algo bastante complicado. As fronteiras da exclusão, por exemplo: aparecem, desaparecem, se multiplicam, se disfarçam, mudam de cor, de nome e de linguagem.
Nesta perspectiva, acima comentada sobre a inclusão e exclusão, a educação especial percorreu e ainda percorre um longo caminho para romper fronteiras, marcado por avanços e retrocessos. O assunto sobre o processo inclusivo foi impulsionado por movimentos sociais, no qual, esses movimentos reivindicavam igualdade entre todos os cidadãos, a partir deste momento histórico produziu-se uma significativa reflexão no campo educativo.
Nesse sentido, as escolas inclusivas não surgem repentinamente, mas são gestadas perante atitudes e ações geradas pela a sociedade como todo.
A educação especial buscou e assegurou seu espaço na Constituição Federal, de 1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente, de 13 de julho de 1990, na Lei de Diretrizes e Bases, Lei n.º 9394/96, na Declaração Mundial de Educação para Todos e a Declaração de Salamanca, além de muitas outras leis, decretos e portarias, que garantam a todos à educação, colocando nestes documentos a importância das instituições adequarem seus espaços, currículos, métodos, técnicas, recursos educativos para atenderem às necessidades individuais de cada educando.
Para esclarecer, entende-se como educação especial, conforme escreve Carvalho (2004, p. 17): “o conjunto de recursos que todas as escolas devem organizar e disponibilizar para remover barreiras para a aprendizagem de alunos que, por característica biopsicossocias, necessitam de apoio diferenciado daqueles que estão disponíveis na via comum da educação especial”.
A partir do entendimento da acepção de educação especial, a escola inclusiva torna-se um instrumento para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, o que faz urgente identificar as causas que estão favorecendo a exclusão desses educandos especiais.
Ao encontro do que foi discutido no parágrafo anterior, Marchesi apud Coll (2004, p.15) escreve que: o conceito de escolas inclusivas supõe uma maneira mais radical de entender a resposta educativa à diversidade dos alunos e baseia-se fundamentalmente na defesa de seus direitos à integração e na necessidade de promover uma profunda reforma das escolas, que torne possível uma educação de qualidade para todos eles, sem, nenhum tipo de exclusão.
Na escola inclusiva não há mais a divisão entre ensino especial e ensino regular; o ensino é um e o mesmo para todos, respeitando as particularidades, as diferenças. Trata-se de um ensino participativo, solidário e acolhedor. Formas mais solidárias e plurais de convivência. Uma educação global, plena, livre de preconceitos, e que reconheça e valorize as particularidades (diferenças) de cada um dos outros iguais.
Mantoan também conceitua a escola como um lugar que deva ser considerados a diferenças, sem discriminação entendendo a educação como direito de todos e a todos: "o que define o especial da educação não é a dicotomização e a fragmentação dos sistemas escolares em modalidades diferentes, mas a capacidade de a escola atender às diferenças nas salas de aula, sem discriminar, sem trabalhar à parte com alguns, sem estabelecer regras específicas para se planejar, para aprender, para avaliar (currículos, atividades, avaliação da aprendizagem especiais). (...) Em outras palavras, este especial qualifica as escolas que são capazes de incluir os alunos excluídos, indistintamente, descentrando os problemas relativos à inserção total dos alunos com deficiência e focando o que realmente produz essa situação lamentável de nossas escolas".
A escola inclusiva só é viável, se conseguirmos repensar nossos conceitos e preconceitos sobre o assunto, fazendo com que a escola seja um espaço vivo, povoado pelas diferenças.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

COLL, César. Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos do desenvolvimento e necessidades especiais. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.

CARVALHO, Rosita Edler. Removendo barreiras para a aprendizagem. 4 ed. Porto Alegre: Mediação, 2004.

Disponível em : (Mantoan: http://www.lerparaver.com/bancodeescola.)
LOPES, Maura Corcini. DAI'Igna, Maria Cláudia. In/exclusão: nas tramas da escola. Canoas: editora ULBRA, 2007.